quarta-feira, 15 de junho de 2011

Space

   É o ano de 1989.  George H. W. Bush é eleito o 41° presidente dos Estados Unidos. No dia 21 de agosto o Brasil perde Raul Seixas, O Maluco Beleza. Estou em casa, observando o assoalho brilhante da sala, que minha mãe tanto encera. Há fogo na lareira. O dia está nublado encoberto por  uma leve cerração. Minhas mãos doem por causa do frio do mês de agosto. Sentado na cadeira de balanço de meu pai, faço algo, digamos, incomum para alguém de 17 anos, penso no futuro.E algo não complexo para uma mente jovem:  me imagino como um super-herói, salvador da raça humana.
   Ouço no rádio The final countdown, da banda de hard rock sueca Europe. Música que foi lançada há alguns anos atrás, mais especificamente em 1986. A letra dessa canção foi inspirada em Space oddity, de David Bowie, e reflete uma,... uma tendência... Que tendência o quê....Mania de disfarçar as coisas.....Reflete um temor que todas as pessoas tem: o fim do mundo.  E eu fiquei me imaginando como um astronauta numa missão especial.
- " Não posso perder tempo" exclamei.
Pulei da cadeira, que ficou balançando atrás de mim, e corri para os fundos de nossa casa de paus roliços de pinus. Calçei minhas botas de couro pretas, muito empolgado. Mas por um momento me senti totalmente impotente.  Um medo tão grande tomou conta do meu ser, que saí correndo para os fundos e adentrei na floresta de arvores de inverno gigantescas que pertenciam a meu avô.Corri, desviando-me de galhos, raízes, arbustos. Corri tanto que meus cabelos, mesmo debaixo do capuz, ficaram bagunçados. Tomado pelo cansaço e dando-me conta do quanto havia percorrido, parei. Aquele lugar era sombrio. As arvores eram tão altas!Apenas uma pequena faixa de luz conseguia penetrar naquela escuridão. Fiquei com muito medo. Havia um amontoado de arbustos que à primeira vista não suscitava nenhuma curiosidade. Por isso, paralisado pelo medo, sentei-me no chão e fiquei encolhido de frio,  pensando na besteira que havia feito. Ouvia sons que tornavam o momento ainda mais aflitivo e assustador. Derrepente, um pequeno animal veio correndo  e bateu, meio que de raspão, naquele arbusto. Daquele momento em diante, percebi que aquilo era muito mais que arbustos. Na batida do animal, ouvi um som que parecia  ser de carenagens de lata. Havia algo encoberto ali. Meu medo aumentou, mas a minha curiosdade foi muito maior do que esse medo aumentado.
   Levantei-me e dirigi meus passos diretamente para o arbusto, nunca me passando pela cabeça que aquilo pudesse ser uma emboscada. Com cautela, mas curioso, começei a arrancar as folhas e arbustos, pensando que houvessem poucos deles. Mas havia um emaranhado enorme de raízes, raízes mais grossas que meu braço. Por debaixo daquilo tudo consegui enxergar a estrutura em que o animal desconhecido se bateu. Ela era meio ovalada e tinha uma espécie de rabo com algo parecido com uma hélice pequena. E na parte superior tinha uma grande hélice que tinha uma só pá. As outras estavam  quebradas. O objeto era grande mas não apresentava ser volumoso porque estava cravado no chão. Provavelmente tinha sofrido uma queda muito forte. Já havia visto algo parecido, mas aquela coisa era muito sofisticada.
  -"Até parece que essa coisa veio de uma época futura", brinquei comigo mesmo.
Mas fiquei frustrado de não poder ir mais a fundo, visto que as raízes impediam o meu acesso.
 -"Preciso de um machado".
 Mas o dia já estava declinando e eu precisava voltar para casa. Voltei, mas era como se o meu inteiro tivesse ficado ali.
    Quando cheguei perto de casa começei a sentir um delicioso aroma de café e percebi que havia saido algo  do forno naquele instante. Minha mãe me esperava com um banquete. Mas, por mais saboroso que estivesse aquele café, ainda assim a minha mente estava em meio àquela floresta, tentando descobrir e entender o que era aquilo que eu havia encontrado. Depois de comer fui para o meu quarto e começei  a sugerir a mim mesmo hipóteses para aquele achado.
 -"talvez seja um experimento bélico", pensei.
 Pensei em tanta coisa que cheguei a esgotar minha mente. Depois de queimar muita massa cinzenta, lembrei do que eu estava fazendo sentado na cadeira de balanço do meu pai. Estava ouvindo uma música que falava sobre o fim do mundo e imaginei-me como um salvador. Idéias malucas começaram a passar pela minha cabeça, tantas, que eu decidi ir dormir antes de enlouqueçer. Mas não consegui pegar no sono. Passei a noite em claro pensando no que tinha visto, e decidi que voltaria lá no dia seguinte.
 Bem cedo, mas não a ponto de minha família desconfiar, pulei da cama e fui direto para os fundos de nossa casa.  Havia ali um paiol rústico, onde meu pai guardava seus pertences e coisas que considerava valiosas. Era permitido mexer naquilo tudo, desde que as coisas retornassem ao seu lugar no mesmo estado que estavam. Procurei pelo machado, que estava em cima de uma bancada. Seu fio de corte brilhava muito. Era tão afiado! Depois de pegá-lo, minha mente só esperava pelo momento de golpear aquelas raízes e prosseguir minha busca pelo desconhecido. Saí correndo, meio desequilibrado por ter de carregar em uma das mãos o machado. Corri. Corri muito. Derrepente, senti como se o tempo tivesse parado e tudo tivesse começado  a aconteçer muiiito, muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiito lentameeeeeeeeente. Depois veio o tombo e a batida por terra. Meus pés haviam enroscado em alguma coisa. Aquele machado, que antes seria bom para mim, por fim, quase se tornou meu carrasco. Meu corpo todo doía. Atordoado, mas apavorado, tentei procurar a razão de minha queda. Havia uma corda amarrada de forma sutil entre duas arvores. Por um momento perdi a noção de tempo e espaço e também minha noção de objetivos.
   Vasculhei o lugar atrás da minha suposta descoberta. Não havia nada ali!
    Com a calça rasgada, o joelho esfolado e o corpo dolorido, voltei pra casa. Estava plenamente frustrado.  Onde havia parado a minha descoberta? Será que minhas suposições a respeito de uma possível catástrofe numa viagem do tempo futuro estavam erradas?
    Chegando perto de casa, começei a sentir um agradável cheiro de comida. Era tão bom que por um momento esqueci-me de tudo mais. Observei minha mãe cozinhando no seu velho fogão à lenha, com seu avental de seda quadriculado de vermelho e branco. Aquele momento era tão prazeroso.
  Para não suscitar perguntas, me lavei e troquei e roupas, pois estava imundo.
 - "Mãe!!! Você acredita em viagens no tempo?"
Com uma cara de quem nunca havia pensado no assunto e tentando responder inocentemente, como se responderia para uma criança, ela diz:
- " Sim J".
"J",era como ela me chamava.
- " Tipo daquelas que contam os filmes, não é? Como se o tempo fosse algo que ficasse gravado no espaço?"
   Ela riu, da forma carinhosa como sempre o fez, mas com um pouco de deboche.
-" J, deixe isso para os roteiristas de cinema. Faça o melhor durante a sua vida, porque não há volta no tempo. Se isso fosse possível, os roteiros de cinema dão uma ideia de como poderia ser perigoso alterar coisa feitas em nosso passado.
 Fiquei frustrado com o que minha mãe me disse. É assim que qualquer jovem se sentia ao ter seus planos e esperanças suprimidos mesmo que parcialmente por seus familiares. Mas não cogitei a desistência. Eu  precisava descobrir onde havia parado aquela nave. Fui para o meu quarto, pois estava muito cansado. Continuei avaliando possibilidades sobre o que faria. E  por fim peguei no sono, embalado pela mesma música que me havia feito descobrir o que agora era o senhor dos meus pensamentos.
No outro dia acordei bem cedo. O dia estava muito cinzento. Era escuro, frio, gélido. Coloquei meu casaco, minhas botas e fui bosque adentro. Aquela floresta estava amedrontadora. Nem um único feixe de luz conseguia penetrar.
   Chegando perto, observei com clareza o objeto, e fiquei feliz por reencontrá-lo. Mas fui mais cauteloso que a segunda vez. Cada passo era dado com muito cuidado e precisão para não se enroscar em algo e cair. Mas não havia nada de novo. Apenas grandes raízes abraçando aquela "coisa". Mas observando com um pouco mais de tempo, percebi que aquelas raízes não haviam crescido naturalmente. Na realidade mais parecia que elas é que foram o motivo da queda da nave. Derrepente ouço vozes e passos sobre a folhagem seca de pinus americanos. Abaixo-me depressa para não me notarem.
-" Roots, eu sabia que Morfider não havia sido destruído completamente. Ele conseguiu desviar nossa rota e nos trazer para cá de novo. Mas esse lugar não é nada  familiar."
-"Gime, pareçe que estamos na Europa. Precisamos fazer contato com alguém daqui."
-"Olá, tem alguém que pode nos ouvir?", Gritavam eles.
Toda aquela conversa era muito estranha. Pensei em me identificar, mas fiquei com medo de ser uma emboscada.  Mas no meu íntimo as histórias de viagem no tempo  eram tão reais, que decidi conversar com Roots e Gime e ver o que estava acontecendo, podendo se tornar o tal super-herói, salvador da humanidade como eu havia pensado.
-"Aqui!!!", gritei.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Woodstock II

A noite foi boa. A banda tocou melhor ainda, se é que dava pra melhorar, porque o último Woodstock foi perfeito!!


Mas os rapazes estavam inspirados.
Jessé no seu powervocal e violão, Lucas o polivalente (no baixo, na guitarra, no vocal e se aventurando na bateria, tudo ao mesmo tempo). 
Dymon, Mister Dymon, o Lord da Batera e Leo, o cara da guitarrera e solos inesperados.
Tem as groupies Bia, Laura e Dani, sempre por lá, esperando o Jessé ir tomar uma água pra roubar o microfone.


Max, o empresário no estilo pai de Zezé di Camargo e Luciano, promovendo a banda.


Faltou Xavier, o cara indie, membro alternativo que devido a seus muitos projetos paralelos, nao pode estar presente. 


Jonas e Rogério, os videomakers... precisamos pagar melhor os caras por esses clips bem feitos. Eles registraram tudo e vão lançar o DVD triplo, incluindo algumas faixas da última turnê em Moscou e na Irlanda.


Mas o público do início da carreira é que foi o privilegiado com o show de fechamento da turnê 2010 - os fãs de Canasvieiras!!


Quem pagou a carne? Ora, os fãs!!! 


Anita, a mae da família Woodstock e quase tao importante quanto a mae do Michael Jackson, é quem fez a lista VIP de quem podia entrar no show.


A noite de autógrafos ainda não tem data definida.
O que se sabe é que o show no Rock'n Rio já está confirmado.

Metallica quer abrir pros caras. Mas eles preferem uma banda mais competente pra fazer a abertura. Algo no seu nível. Provavelmente a powerdupla européia Weirich & Weingartner... 


Aguardamos dos videomakers a postagem de trailers do show antológico pra matar a curiosidade dos fãs e aquecer as vendas.


Muitas fãs mandaram emails com algumas perguntas e vamos responder aqui. 
a) Apenas o Leo tá casado. Todos demais estão solteiros meninas! 
b) A cor preferida do Dymon é rosa.
c) Sim o Jessé ronca e baba à noite.
d) Lucas usa bombachas nas horas livres.
e) A mae do Xavier ainda leva Nescau pra ele todos os dias de manha na caminha.


Mesmo assim meninas, nao desanimem...


Eles são os caras!